E que tal um artigo sobre a máfia do BPN, professor Cavaco?

Cavaco Silva voltou a sair para o recreio, rancoroso como sempre, para bater nos meninos mais pequenos e recordar ao país a sua espectacularidade. Bateu em Costa, bateu em Rio e fez o número habitual que sempre faz quando tem oportunidade: auto-elogiou-se, com o pretenciosismo arrogante que há muito lhe conhecemos. Cavaco será sempre o maior da aldeia, pelo menos na perspectiva de Cavaco.

Pena nunca o ouvirmos sobre outros temas, mais caros a todos os portugueses. Nomeadamente sobre o saque que a sua antiga eutourage provocou com o BPN. Sobre a permuta com Fernando Fantasia na Herdade da Coelha. Sobre a compra e venda de acções da SLN. Sobre a coragem que não teve de abordar o assunto com a frontalidade que diz ter, ele que se acha o mais honesto dos homens.

Cavaco poderá ter sido um grande estadista para alguns, mas o final da sua carreira política é um completo desastre. Para a sua imagem, para o legado que afirma ter deixado e para o seu partido, que contínua refém da sua existência auto-centrada, qual Salazar deitado na cama após cair da cadeira, cuidando ainda governar o país. E a reverência da direita, para com este sombrio personagem, ilustra bem a sua incapacidade de voltar ao poder.

Portugal, baby sitter da corrupção

Portugal aplicou totalmente apenas três das 15 recomendações do Grupo de Estados contra a Corrupção (GRECO), tendo sete recomendações sido parcialmente aplicadas e cinco ficado por aplicar, segundo o relatório anual daquele órgão do Conselho da Europa.

Mais uma vez ficamos a saber que em Portugal se acarinha a corrupção no sistema, tão propícia ao negócio de poucos, em detrimento de muitos. E acarinha-se desde cima, para dar o exemplo.

Não há vez nenhuma que em conversa não fale contra a corrupção, arranjinhos, conflitos de interesse a todos os níveis, que não me respondam exactamente isso: se isso vem desde cima, porque havemos nós de estar com pruridos? E aí acabam-se-me os argumentos. Pois é, têm razão. E cá ficamos todos no mesmo mar de conivência, a tolerar e legitimar este cancro da sociedade.

Sois nojentos, senhores governantes. Há corrupção? A culpa é vossa.

Os luso-McCarthys, o PCP (e o BE) e dinheiro sujo dos oligarcas

Lembram-se da luta dos luso-McCarthys, que, durante anos, combateram a crescente influência de oligarcas russos, chineses, angolanos e de outras nacionalidades na economia portuguesa?

Pois não, não lembram. Não lembram porque nunca aconteceu. Estavam ocupados a garantir o seu quinhão de dinheiro sujo, extorquido a milhões de pessoas oprimidas por governos totalitários, a quem vendemos grupos de comunicação social, empresas, mansões e nacionalidade através do branqueador preferido das elites capitalistas: o Visto Gold.

Então, o que mudou?

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Capitalismo e crime

Credit Suisse, uma das maiores e mais poderosas instituições bancárias do planeta, é o centro do Suisse Secrets, o novo escândalo ético-financeiro que foi hoje revelado. Segundo a investigação do Süddeutsche Zeitung, o banco suíço terá servido de esconderijo para os milhões de criminosos ligados ao tráfico de droga, a violações gravíssimas de direitos humanos, a corrupção e lavagem de dinheiro. Se não servir para outra coisa, que sirva para que nunca nos esqueçamos que os bancos têm poder a mais para que os deixemos sem escrutinio. E enquanto permitirmos que instituições da dimensão do Credit Suisse sejam albergue das fortunas de ditadores e mafiosos, não manchadas, mas a pingar sangue, argumentando que os Estados não podem interferir no sector privado, a nossa capacidade de dar lições de moral aos regimes autoritários está e estará comprometida. E não é só na banca, e muito menos se resume ao Credit Suisse. É na energia, nas telecomunicações, nos fundos de investimento, na têxtil, na automóvel, na aviação e, claro, no futebol. Quem pactua com este estado de coisas escolhe um lado, e não é o lado da democracia.

Eu não esqueço o jogo com o campomaiorense 99/00

As perícias financeiras da Polícia Judiciária e do Ministério Público à empresa informática que terá servido de ‘saco azul’ ao Benfica, pela forma como recebeu 1,9 milhões de euros do clube por serviços de consultoria fictícios, encontraram, por ali, pagamentos de milhares de euros ao árbitro Bruno Paixão, conforme apurou a TVI.
E os indícios no processo são de corrupção desportiva – uma forma encapotada de o Benfica subornar um árbitro. Se ficar provado, o Benfica pode descer de divisão.
O próprio Bruno Paixão admite à TVI ter recebido dinheiro – mas apenas por “um serviço de controlo de qualidade” à empresa. Diz que se trata de uma mera coincidência o facto de ter trabalhado, no mesmo período de tempo, durante as épocas em que era árbitro da superliga, para o empresário suspeito de esconder 1,9 milhões do Benfica.
Ainda não foi contactado pela PJ, garante, e diz que desconhecia quaisquer suspeitas sobre ele por corrupção desportiva.

Desabafo

Nesta investigação, Manuel Pinho — que exerceu funções governativas entre 2005 e 2009 – é suspeito de ter sido corrompido pela dupla de executivos, que controlou a EDP entre 2006 e 2020, António Mexia e João Manso Neto. O antigo banqueiro Ricardo Salgado, também é, segundo a tese do Ministério Público, corruptor activo do antigo ministro da Economia. O antigo governante é suspeito de ter tomado várias decisões que terão beneficiado a EDP e prejudicado em 1200 milhões de euros o erário público.”

Mesmo sem ter ainda sido condenado, dá vontade de ir em manifestação para a frente da quinta onde Manuel Pinho cumpre prisão domiciliária exigir que devolva aos portugueses o valor que já transferiu para as contas em Espanha, na Alemanha e no Brasil. E mais, que peça publicamente perdão aos portugueses. Um ministro corrupto é do mais miserável que pode haver.

Custa-lhes muito a entender, mas estão lá para nos servir.

E, claro, há que boicotar a EDP, pelo menos dentro do possível (a parte comercial).

Corno-de-ferro: encontros inesperados ao fim-de-semana

Eu andava a pé. Era Sábado e a minha hora de almoço aproximava-se.

Decidi que almoçaria no snack-bar que fica na rua das traseiras do prédio onde vivo. Nessa rua, sem saída e mal amanhada, despontam uma dúzia de casas camarárias sem condições, onde vivem dezenas de pessoas, trabalhadoras, homens e mulheres com filhos e pais.

Tenho ouvido muito falar de bairros sociais e Mercedes à porta. Tenho pensado nisso e, sempre que passo por um/entro num bairro social, fico alerta: deixa cá ver onde estão todos os Mercedes de que fala aquele líder da extrema-direita… [Read more…]

Goze-se o Rendeiro e que se foda o politicamente correcto

Existe uma certa aura de justiça divina, em torno da tanga nacional resultante daquela foto de João Rendeiro de pijama, como alegadamente foi apanhado pelas autoridades.

Porque gozou com os portugueses, que assaltou sem vergonha, e o karma, esse prostituto, é cego como a justiça deveria ser.

Porque enganou o país, enganou as autoridades, enganou os depositantes e investidores do BPP, enganou tudo e todos, sem nunca abdicar do tom trocista que exibia em entrevistas e no seu blogue. Caso para dizer: ri-te agora, ó palerma de pijama!

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O sistema de Ventura

Na passada Sexta-feira, no Parlamento, a criminalização da riqueza injustificada de titulares de cargos públicos e um conjunto de medidas anticorrupção foram aprovados, por unanimidade, por todos os partidos e deputados não-inscritos com assento parlamentar.

Todos?

Quase todos. Houve um deputado, o autoproclamado combatente anti-sistema, que faz da luta contra a corrupção uma bandeira, apesar do seu contributo parlamentar na matéria ser um redondo zero, que esteve ausente. Estava demasiadamente ocupado, com os seus amigos neofascistas, a passear por Bruxelas e a tirar boas fotografias, nomeadamente com Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita RN, que desviou 6,8 milhões de euros de fundos europeus para contratar assistentes para o seu partido, valor que se destinava a dar suporte aos representantes do partido no Parlamento Europeu. [Read more…]

Selminh… O simplório

Fotografia: Lucília Monteiro

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, disse em tribunal que, no caso Selminho, foi “incauto”.

Para os mais distraídos:

in·cau·to
(latim incautus, -a, -um)
adjectivo
1. Que não tem cautela ou prudência. = DESPREVENIDO, IMPRUDENTE ≠ CAUTO, CAUTELOSO
2. Que é inocente e sem malícia. = CRENTE, INGÉNUO

Eu também sou “incauto” quando fico com a última fatia de bolo do prato. Nunca me aconteceu ser incauto para beneficiar a minha família em negócios imobiliários enquanto presidente de um município.

Cada um com a ingenuidade que lhe é característica…

Não te “Isaltes”: a falta de tino

O famigerado ex-condenado, presidente vitalício da CM de Oeiras, na SIC Notícias

Sobre isto, só me apraz citar Jorge Palma, em ‘Jeremias, o Fora da Lei‘:

(…) Há quem veja em Jeremias apenas mais uma vítima da sociedade,
Muito embora eu tenha a esse respeito uma opinião bem particular…
É que enquanto o criminoso tem uma certa tendência natural p’ra ser vitimado,
Jeremias nunca encontrou razões p’ra se culpar (…)

BES, Odebrecht e Venezuela: uma história de poliamor

Vocês não adoram quando o capitalismo selvagem e o autoritarismo assassino dão as mãos e saltitam juntos, pelo prado fora, por entre flores e borboletas? Não sei quanto a vós, mas eu fico sempre de coração cheio, quase a transbordar. O Salgado a servir de muleta para a Odebrecht subornar um ministro do Maduro é um romance à moda antiga, apesar do potencial para se transformar num threesome. E não façam de conta que não sabem o que é um threesome, ok?

O tesão da inércia: uma caixa de Pandora

Não é a primeira vez. Não há-de ser a última.

Vieram a público, à boleia do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), notícias do envolvimento de diversas figuras de Estado – de primeiros-ministros e ex-primeiros-ministros a ministros e ex-ministros, de ministros a secretários, de secretários a empresários, de empresários a monarcas, de monarcas a presidentes da República – e outros famosos, em crimes de evasão fiscal e branqueamento de capitais.

Tal como aconteceu antes, em escândalos como os Panamá Papers, por exemplo, volta a comprovar-se que os mais ricos e poderosos, quando podem (e porque podem) assentam a sua riqueza e o seu poder sob uma camada de criminalidade económica. Não é novidade, não há-de ser novidade no futuro.

Grassa na política mundial (e Portugal não está imune) a teoria de que será na baixa de impostos que estará o crescimento de certos países. Mas vejamos… porque pagamos tantos impostos? Parece-me óbvio, desde sempre, que a arraia-miúda paga os impostos que os mais abonados nunca pagarão. E como esses, os ricos e poderosos, têm a faca e o queijo na mão (que é como quem diz, todo o dinheiro do mundo), não convém que a carga de impostos seja elevada para estes. Ouço, todos os dias, liberais a exigirem a baixa de impostos… mas nunca os vi a defender o aumento de impostos sobre os multi-milionários. Mas, não sendo elevada a carga de impostos que os milionários e bilionários pagam, os mesmos ainda teimam em não pagar a parte que lhes está atribuída. Funciona assim, o sistema capitalista: “acumula tudo o que conseguires, mesmo que com isso estejas a cometer um ou outro crime económico”; e sejamos sensatos: o sistema neo-liberal vigente permite e incentiva tais comportamentos. [Read more…]

Seis reflexões sobre o presente e o futuro das eleições autárquicas

Em dia de eleições autárquicas, a pouco mais de uma hora do fecho das urnas e da redefinição do xadrez autárquico nos 308 municípios portugueses, partilho convosco algumas daquelas que são as minhas preocupações e ideias para um futuro autárquico que se exige mais próximo dos cidadãos, mais transparente e mais democrático:

  1. É urgente legislar no sentido de travar as colonizações das autarquias. Não é aceitável que os partidos que controlam as autarquias e freguesias portuguesas continuem a enchê-las de boys e que usem o seu poder e os recursos das autarquias para pagar favores de campanha e favorecer familiares, amigos e financiadores. É legítimo que quem governe queira escolher o seu assessor ou chefe de gabinete, que devem necessariamente ser pessoas de confiança do eleito, mas é um abuso transformar uma autarquia numa repartição do partido no poder.
  2. É igualmente urgente apertar a malha da monitorização da despesa pública. Não é aceitável que tantos servidores públicos usem recursos em benefício próprio e dos seus. O Parlamento deve olhar para isto com seriedade e criar mecanismos que permitam auditar, permanentemente, aquilo que se passa nas autarquias.

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Vila do Conde – uma estória de prepotência e arrogância; uma NAU encalhada

Bloqueado pela página de candidatura Elisa Ferraz – Nós Avançamos Unidos e, como tal, impedido de fazer comentários na mesma. A razão? Isto:

do Público, aqui, na íntegra

É assim que se governa Vila do Conde: com tiques de estirpes diferentes, salazaristas e socráticos (não o da Filosofia, mas o da filosofia), prepotência, soberba e falta de cultura democrática. Sra. Elisa Ferraz, tomara que os vilacondenses não caiam nas suas artimanhas propagandistas de oferecer cabazes e outros que tais em tempo de campanha eleitoral, e tampouco caiam no erro de aceitarem ser corrompidos pela sua candidatura a troco de 100€.

Sou cidadão de Vila do Conde como todos os outros, mesmo que a minha cor política seja diferente da sua. Bloquear um vilacondense é como dizer “não contas, estás marcado, porque não és dos nossos”. Sabemos que faz isso a bel-prazer: com presidentes da Junta que não são da Nós Avançamos Unidos, com empresários que lhe fazem frente e com munícipes que não gostam de si e da sua forma de governar. [Read more…]

Temos os Ricardos Salgados que merecemos

Ricardo Salgado é a ilustração perfeita da casta de parasitas que o sistema capitalista criou em Portugal. Uma casta que abusa tanto quanto lhe permite a regulação, fraca ou inexistente, combinada com uma classe política tendencialmente servil e corrupta, como aquela que PS e PSD nos vêm oferecendo há 40 e pico anos, juntamente com uma justiça ineficiente, não por falta de competência dos seus operacionais, mas por manifesta falta de recursos para bater de frente contra o milhões que os Salgados nos sacam para pagar os melhores advogados, dos melhores escritórios, quase sempre em Lisboa, inevitavelmente ligados a PSD e PS, todos juntos a rodar na porta giratória. Bancos, escritórios de advogados, uma série de empresas e empresários que empreendem através da aquisição de deputados e autarcas, e um bloco central de moços de recados que ninguém escrutina nem quer escrutinar. Porque não têm como, porque não têm tempo, porque não têm recursos, porque têm medo, porque foram comprados, porque são idiotas úteis. Não há volta a dar: ou percebemos, de uma vez por todas, que isto só lá vai com uma sociedade civil educada, informada, mobilizada e organizada para combater este lamaçal, capaz de regular devidamente o sistema, ou ver Salgado na Sardenha de férias, depois de há duas ou três semanas não ter comparecido no tribunal devido à sua saúde debilitada, será o menor dos insultos a que seremos sujeitos. Pior: será um insulto merecido. Uma sociedade que se permite ser roubada e enganada de forma tão descarada, está mesmo a pedi-las.

A traição aos povos é uma constante histórica – África do Sul

Jacob Zuma desbaratou ignobilmente a África do Sul. Revolvem-se as entranhas, ao ver esta reportagem.

E as KPMGs e as McKinseys deste mundo arrebanham poder e seguem auditando e “aconselhando” negócios e governos.

Uma pessoa, às vezes, não consegue encontrar maneira de saber onde ir buscar um pingo de esperança para enfrentar esta trampa toda.

P.S.- Já agora, ali ao lado, em Moçambique:

Dívidas ocultas: “É uma questão de tempo até que Nyusi seja chamado”.  Caso das dívidas ocultas chega aos tribunais de Moçambique em agosto.

“Ainda hoje estava a ler argumentos da Privinvest, do mesmo julgamento das dívidas ocultas que está a decorrer em Londres, e eles reafirmam que pagaram dinheiro a altos funcionários do Estado e inclusivamente ao Presidente Nyusi.“

“Segundo o Centro de Integridade Pública (CIP), “dois milhões de moçambicanos foram empurrados para a pobreza absoluta, de 2016 a 2019″, por causa do maior escândalo financeiro do país, que envolve cerca de dois mil milhões de euros.”

 

Milhões perdidos em corrupção e os governos não têm vontade de lhe pôr fim…

Todos os anos, a União Europeia perde 904 mil milhões de euros por causa da corrupção. Portugal perde anualmente 18 mil e 200 milhões de euros. É o equivalente a 10 vezes o orçamento da Justiça e mais de metade do orçamento da Saúde.“

Porque… o crime compensa e a vontade política de o cercear é pequenininha. Eu é que sou muito estúpida quando insisto com os vizinhos que para as obras efectuadas no condomínio devemos pagar o IVA.

P.S.:

 Escassez de recursos afeta estratégia anticorrupção

A Comissão Europeia considera que não se verificaram “grandes desenvolvimentos no que se refere ao quadro institucional anticorrupção em Portugal” desde o relatório do ano passado. A “Estratégia Anticorrupção 2020-2024” foi aprovada pelo Governo de António Costa e aguarda, de momento, a votação na Assembleia da República. Esta medida visa “atender a uma necessidade de longa data de criar uma estrutura anticorrupção robusta”.

O Governo propôs ainda outras medidas para garantir um tratamento mais eficaz dos casos complexos de corrupção, mas apesar dos esforços para melhorar o histórico de investigações e processos por corrupção, a Comissão Europeia refere que “as autoridades do Ministério Público consideram a falta de recursos para a polícia e o Ministério Público uma preocupação”.

De acordo com o relatório foi aprovada, em 2019, uma nova alteração ao sistema de declaração de ativos, “mas a entidade de transparência encarregada de verificar as informações ainda não está operacional”. Além do mais, aponta o documento, os recursos “atribuídos ao Conselho de Prevenção da Corrupção permanecem limitados”.

Bruxelas frisa ainda que os riscos de corrupção, como conflitos de interesse, “no âmbito da pandemia Covid-19, foram objeto de várias recomendações a nível nacional”.

Isto chama-se o quê? Conivência?

Joe Berardo, democracia e o monopólio da corrupção

A detenção de Joe Berardo, ainda que acabe por dar em nada (espero que não, teria muito gosto em vê-lo enjaulado durante vários anos e despojado de todos os bens, incluindo os que estão em nome de familiares e fundações, e deixá-lo só com o sorriso imbecil com que nos gozou a todos, há meses, na comissão de inquérito), bem como as prisões efectivas de Armando Vara e Duarte Lima, e, antes deles, de Isaltino Morais, ou mesmo José Sócrates, que chegou a ser detido, e que dificilmente escapará das acusações que lhe foram imputadas pelo juiz Ivo Rosa (wishful thinking, I know), pelas quais poderá passar mais de 10 anos na cadeia, são reveladoras de um aspecto que a cultura da indignação antidemocrática quer, a todo o custo, obliterar do espaço público, porque coloca em causa a narrativa e a agenda autoritária que se quer instalar no poder, seja através dos neofascistas agrupados no gangue chegano, seja através dos aspirantes a autocratas instalados noutros partidos, porque, uns e outros, continuam a ter em Salazar o seu referencial maior de estadista, na medida em que se possa chamar estadista à besta abjecta de Santa Comba Dão.

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Regionalização sim, mas só com um elevado nível de monitorização dos tiranetes autárquicos

Já fui um regionalista convicto, hoje tenho algumas dúvidas, nomeadamente no que diz respeito ao poder excessivo que a governação autárquica acumularia. A regionalização, para acontecer, terá que ir além de uma descentralização cega, onde Lisboa transfere quantidades significativas de poder para uma realidade onde abunda o compadrio, a fraude, o tráfico de influência e a corrupção. E, regra geral, onde o escrutínio é praticamente inexistente, dada a natureza quase monárquica e autoritária que reina de forma absoluta em algumas autarquias.

Não obstante, o Carlos Araújo Alves tocou num aspecto muito pertinente, que diz respeito à gestão da pandemia e ao efeito nefasto que, no continente, alguns concelhos, actualmente concentrados na Área Metropolitana de Lisboa, têm nos concelhos onde a situação está, pelo menos neste momento, controlada. Deixo o link para o texto do Carlos está na hiperligação em cima, mas tomei a liberdade de lhe roubar a imagem que o ilustra. A região espanhola da Andaluzia, para onde Ferro Rodrigues, do alto do seu elitismo parolo, instou os portugueses a rumar, é uma das piores a nível europeu. O J. Mário Teixeira pegou no tema  e fica a sugestão para passarem por lá. [Read more…]

“Aventar com” João Paulo Batalha

A rubrica de entrevistas “Aventar com”, será, desta vez, com João Paulo Batalha, hoje, pelas 18 horas.

João Paulo Batalha é um dos fundadores da Transparência e Integridade, capítulo português da Transparency International, rede global de ONG anti-corrupção presente em mais de 100 países. Entre 2017 e 2020 foi presidente da Direcção da associação. Actualmente, é consultor nas áreas da boa governança, transparência e políticas de combate à corrupção. Além de colunista e conferencista, tratando temas ligados à integridade pública e à participação cívica.

Aqui fica o último excerto:

“Aventar com” João Paulo Batalha

A rubrica de entrevistas “Aventar com”, será, desta vez, com João Paulo Batalha, amanhã, pelas 18 horas.

João Paulo Batalha é um dos fundadores da Transparência e Integridade, capítulo português da Transparency International, rede global de ONG anti-corrupção presente em mais de 100 países. Entre 2017 e 2020 foi presidente da Direcção da associação. Actualmente, é consultor nas áreas da boa governança, transparência e políticas de combate à corrupção. Além de colunista e conferencista, tratando temas ligados à integridade pública e à participação cívica.

Aqui fica o quinto excerto:

“Aventar com” João Paulo Batalha

A rubrica de entrevistas “Aventar com”, será, desta vez, com João Paulo Batalha, no próximo Sábado – 26/06/2021 -, pelas 18 horas.

João Paulo Batalha é um dos fundadores da Transparência e Integridade, capítulo português da Transparency International, rede global de ONG anti-corrupção presente em mais de 100 países. Entre 2017 e 2020 foi presidente da Direcção da associação. Actualmente, é consultor nas áreas da boa governança, transparência e políticas de combate à corrupção. Além de colunista e conferencista, tratando temas ligados à integridade pública e à participação cívica.

Aqui fica o quarto excerto:

“Aventar com” João Paulo Batalha

A rubrica de entrevistas “Aventar com”, será, desta vez, com João Paulo Batalha, no próximo Sábado – 26/06/2021 -, pelas 18 horas.

João Paulo Batalha é um dos fundadores da Transparência e Integridade, capítulo português da Transparency International, rede global de ONG anti-corrupção presente em mais de 100 países. Entre 2017 e 2020 foi presidente da Direcção da associação. Actualmente, é consultor nas áreas da boa governança, transparência e políticas de combate à corrupção. Além de colunista e conferencista, tratando temas ligados à integridade pública e à participação cívica.

Aqui fica o terceiro excerto:

“Aventar com” João Paulo Batalha

A rubrica de entrevistas “Aventar com”, será, desta vez, com João Paulo Batalha, no próximo Sábado – 26/06/2021 -, pelas 18 horas.

João Paulo Batalha é um dos fundadores da Transparência e Integridade, capítulo português da Transparency International, rede global de ONG anti-corrupção presente em mais de 100 países. Entre 2017 e 2020 foi presidente da Direcção da associação. Actualmente, é consultor nas áreas da boa governança, transparência e políticas de combate à corrupção. Além de colunista e conferencista, tratando temas ligados à integridade pública e à participação cívica.

Aqui fica o segundo excerto:

“Aventar com” João Paulo Batalha

A rubrica de entrevistas “Aventar com”, será, desta vez, com João Paulo Batalha, no próximo Sábado – 26/06/2021 -, pelas 18 horas.

João Paulo Batalha é um dos fundadores da Transparência e Integridade, capítulo português da Transparency International, rede global de ONG anti-corrupção presente em mais de 100 países. Entre 2017 e 2020 foi presidente da Direcção da associação. Actualmente, é consultor nas áreas da boa governança, transparência e políticas de combate à corrupção. Além de colunista e conferencista, tratando temas ligados à integridade pública e à participação cívica.

Aqui fica o primeiro excerto:

 

Com inimigos assim, quem precisa de amigos?

Expectativa:


Realidade: 

Deputado do Iniciativa Liberal abstém-se sobre uma eventual ida do hacker Rui Pinto à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) ao Novo Banco.

A cabeça vai ficando cada vez mais calva. E quanto mais se destapa, mais fácil fica ver o couro cabeludo. Portanto, o que escondem?

«As cúpulas que vão abaixo!
Gritam eles, para impressionar; 

Mas estes profissionais do tacho 
Ainda acabam de cúpula ao ar»

Bandidagem do bem?

A Frente Nacional, partido de extrema-direita comandado por Marine Le Pen, que tem Putin como guia espiritual e Ventura como cheerleader, está sob suspeita de utilização indevida de fundos europeus, destinados ao funcionamento do grupo parlamentar do partido no Parlamento Europeu, que terão sido aplicados no pagamento de despesas correntes do partido, incluindo a contratação de boys e girls da Frente Nacional.

No fundo, está aqui bem espelhada a proposta da extrema-direita europeia, seja em França, Itália, Espanha ou Portugal: os mesmos vícios, as mesmas trafulhices, a mesma desonestidade e, se possível, o controle do mesmo monopólio da corrupção, mudando apenas a natureza do regime, que consistirá na suspensão de liberdades, direitos e garantias, em direcção a uma sociedade autoritária, castradora, censória, violenta e repressiva. E é com esta direita neofascista que PSD e CDS planeiam o futuro da governação do país. Quem disser que não sabia ao que ia é um ovo podre.

Já Chega ou querem com mais molho?

Ontem, o Chega fez uma manifestação nas ruas de Lisboa. Pelos vistos, só de fora de Lisboa, vieram uns 30 autocarros. A desculpa para a demonstração de força foi a história da ilegalização do partido. A realidade é outra: o Chega está a mostrar que a rua deixou de ser um exclusivo do PCP e do BE.

Ontem, para enorme surpresa minha, nas imagens que vi nas redes sociais, encontrei nas fotos vários conhecidos meus. Antigos colegas de escola no ciclo e de faculdade que marcaram presença na dita manifestação. Ainda estou sem palavras. Alguns deles que, nessa época, me diziam para eu não ser tão radical nas questões de futebol. Para eles, radical era discutir com paixão um golo, um erro de arbitragem, uma derrota do clube adversário. Estamos a falar de pessoas absolutamente normais e não de “xoninhas”. Estamos a falar de microempresários, trabalhadores por conta de outrem, funcionários públicos, profissionais liberais, professores, etc. Alguns deles vi, no passado, em acções de campanha do PS, do PSD e até do Bloco. Viu-os apoiar movimentos completamente opostos ao Chega. Como foi possível chegar até aqui?

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PodAventar Especial — A Hora da Revolta (já faltou mais)

Pois, não é agora, é só daqui a umas horitas. É às 15h00 da Areosa, da Trofa e da Póvoa de Santa Iria. Traduzido para estrangeiro, às 16h00 de Bruxelas, das Baleares e de Karviná. Um PodAventar especial, dedicado à Hora da Revolta. Até já.